A Morfologia é a parte da Gramática que estuda a
Estrutura, a Formação, a Classificação e as Flexões das Palavras.
1 - A Estrutura das Palavras:
Toda palavra é constituída de morfemas.
Morfema é a unidade mínima, que forma a palavra,
capaz de fornecer significação.
Observe:
MORFEMAS
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modern
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o
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pré-
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modern
|
o
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modern
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inho
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modern
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idade
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modern
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izar
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modern
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izado
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des
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modern
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ização
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modern
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ismo
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Classificação dos Morfemas.
a. Cognatos – Palavras que pertencem à mesma família de significação.
b. Radical – O morfema comum entre palavras que pertencem à mesma
família de significação, ou seja, os cognatos.
c. Afixos – Morfemas capazes de transformar ou adicionar
significação ao radical a que são anexados:
i. Prefixos – afixos posicionados antes do radical.
ii.Sufixos –
afixos posicionados depois do radical.
d. Desinências
– são morfemas que surgem no final
de palavras variáveis para indicar flexões:
i. Nominais – indicam flexões nominais de gênero e número;
ii.Verbais –
indicam flexões verbais de número, pessoa, tempo e modo.
e. Vogal Temática
– é o morfema que, unido ao radical
forma o TEMA, e o liga às desinências.
i. Nominais – vogais que ligam o radical às desinências nominais
de gênero e número;
ii.Verbais – vogais que ligam o radical às desinências verbais de
número, pessoa, tempo e modo.
f.
Vogal ou Consoante de Ligação – é um morfema capaz de facilitar a emissão vocal de
determinadas palavras.
2 – A Formação das Palavras:
Podemos classificar as palavras, quanto à sua formação,
em primitivas, derivadas, simples e compostas
a. Primitivas – palavras cuja formação é primária, não derivada:
Ex.: carro, limão, pedra, branco, etc.
b. Derivadas – palavras cuja formação deriva de outra, sofrendo,
com isso, o acréscimo de prefixo e/ou sufixo:
Ex.:
carroça, limoeiro, pedreiro, brancura, etc.
c. Simples – palavras formadas por um único radical:
Ex.:
água, flor, roupa, verde, etc.
d. Compostas – palavras por mais de um radical:
Ex.:
aguardente, beija-flor, guarda-roupa, verde-abacate, etc.
·
Processo de Formação das Palavras
São basicamente dois os processos de formação das
palavras em língua portuguesa: derivação e composição.
a. Derivação – Modificação de palavras primitivas por meio do acréscimo
de afixos:
i.
Derivação Prefixal – acréscimo de prefixos; Ex.: desfazer, infeliz, reler, etc.
ii.
Derivação Sufixal – acréscimo de sufixos; Ex.: felizmente, gasoso, lealdade, etc.
iii. Derivação
Parassintética – acréscimo simultâneo
de prefixo e sufixo; Ex.: ensurdecer, desalmado, subestimar, etc.
iv. Derivação
Regressiva – consiste na redução da
palavra primitiva, transformando-a ou criando uma palavra derivada; Ex.: boteco
(da substantivo botequim), abono (do
verbo abonar), ajuste (do verbo
ajustar), janta (do verbo jantar), etc.
v.
Derivação Imprópria – quando não há acréscimo ou decréscimo na palavra,
contudo sua aplicação faz com que seja alterada sua classificação gramatical no
contexto. Ex.: O jantar está à mesa.
(verbo > substantivo), O branco
representa a paz. (adjetivo > substantivo), Essa cerveja desce redondo. (adjetivo > advérbio), etc.
b.
Composição – Criação de novas palavras por meio da união de dois ou mais radicais:
i.
Composição por justaposição – quando não há alteração fonética no processo de
composição; Ex.: girassol, passatempo, pé-de-moleque, etc.
ii.
Composição por aglutinação – quando há alteração fonética no processo de composição;
Ex.: embora (em+boa+hora), cabisbaixo (cabeça+baixo), planalto (plano+alto),
etc.
iii. Hibridismo – quando o processo de composição é realizado por
radicais de origem distinta. Ex.: burocracia (buro+cracia = francês+grego), decímetro
(deci+metro = latim+grego), neolatino (neo+latino = grego+laim), etc.
c. Abreviação –
Consiste na redução da palavra. Ex.: foto (fotografia), pneu (pneumático), quilo
(quilograma), etc.
d.
Siglonimização – Formação de siglas por meio da utilização das iniciais de outras
palavras. Ex.: CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), ONU (Organização
das Nações Unidas), PIS (Programa de Integração Social), etc.
e.
Onomatopeia – Palavra formada com o objetivo de imitação sonora. Ex.: cacarejar,
coaxar, piar, zumbir, blábláblá, zunzunzum, etc.
f. Palavra-Valise
– Formação de palavras pelo
acoplamento de outras duas, como recurso poético. Ex.: portunhol (português+espanhol),
fraternura (fraterno+ternura), proesia (prosa+poesia), etc.
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