Desenvolvida por David Paul Ausubel, a Aprendizagem Significativa é uma teoria que trata sobre o desenvolvimento cognitivo por meio do processo de aprendizagem, o qual se dá desde o nascimento do indivíduo, independentemente do contexto em que viva.
Como nosso fórum de discussão trata de assuntos psicopedagógicos, focaremos nossa atenção, nesse momento, ao processo de aprendizagem conduzido no contexto de uma instituição de ensino.
A realidade educacional de uma instituição é formada por diversos sujeitos, dos quais nos convém ressaltar dois, de cuja relação fundamenta o processo ensino/aprendizagem: o educador e o educando.
É a partir dessa relação que apresentamos a valorização docente pelos conhecimentos prévios discentes como fator de crucial importância na sustentação da teoria ausubeliana e do qual partem suas teses sobre a fomentação de uma aprendizagem significativa no contexto educacional.
Os conhecimentos prévios dos educandos consistem de tudo quanto já sabem, daquilo que trazem para a sala de aula como resultado de suas experiências empírico-concretas liminarmente vividas. Esses conhecimentos devem ser considerados pelo psicopedagogo e trabalhados pelo docente na prática pedagógica que vise a promoção contínua da aprendizagem significativa.
Mas o que vem a ser Aprendizagem Significativa?
A aprendizagem significativa, na concepção ausubeliana, consiste no processo através do qual o aprendiz, frente a uma nova matéria de ensino apresentada, interage com ela por meio de estruturas de conhecimento específicas já existentes em sua estrutura cognitiva.
Durante esse processo, a nova informação se relaciona, de maneira substantiva e não-arbitrária, a um conceito relevante preexistente na estrutura cognitiva do educando, o qual Ausubel denomina conceito subsunçor ou, simplesmente, subsunçor.
A efetivação da aprendizagem significativa se dá quando uma nova informação ancora-se num determinado subsunçor específico (por meio do qual o aluno atribuirá significado a essa nova informação e a integrará em sua estrutura cognitiva), resultando no crescimento e modificação do conceito subsunçor e preparando-o para posteriores ancoragens de novas informações. Ou seja, é relativamente à frequência com que ocorre a aprendizagem significativa que os conceitos subsunçores existentes na estrutura cognitiva do educando serão mais desenvolvidos, mais abrangentes, mais inclusivos e mais bem elaborados, ou menos desenvolvidos e limitados, o que consequentemente acarretará na facilitação ou no prejuízo de posteriores aprendizagens.
Em outras palavras. no contato com um novo conteúdo instrucional, o educando relaciona expontaneamente os novos conceitos que lhe são apresentados, àqueles conhecimentos prévios, aos conceitos relevantes já existentes em sua estrutura cognitiva, os quais são denominados por Ausubel como conceitos subsunçores.
É nesse contexto que ocorre a aprendizagem significativa, quando os novos conceitos não somente se relacionam aos preexistentes, mas se fundamentam, se ancoram nos subsunçores.
O desenvolvimento ou a limitação dos conceitos preexistentes se deve à frequencia com que ocorrem o fenômeno da aprendizagem significativa na experiência do educando.
Quanto maior forem as vezes que ocorrer a aprendizagem significativa, mais desenvolvido e bem elaborados encontrar-se-ão os conceitos subsunçores para a facilitação de posteriores aprendizagens. Quanto menor forem as vezes que ocorrer a aprendizagem significativa, menos desenvolvidos e mais limitados estarão os conceitos subsunçores, causando prejuízo às futuras aprendizagens.
Diante dessa concepção teórica é que o psicopedagogo e o educador devem focar seus esforços no desenvolvimento do educando: o primeiro, numa intervenção psicopedagógica que procure promover constantemente a aprendizagem significativa no contexto pedagógico da instituição; enquanto, o segundo, numa prática educacional que objetive um ensino significativo constante.